Tudo começou da seguinte forma: Era uma vez uma camarada que
entre muitas coisas na vida, foi roadie do maior guitarrista que Seatle já
produziu, pra não dizer, que o mundo já produziu. Esse cidadão ilustre foi,
conforme o já citado, Jimmi Hendrix. Durante uns tempos, exerceu a mesma função
em uma banda anarco-psicodélica de nome HAWKWIND. Numa noite em que a banda se
apresentaria e o baixista simplesmente não apareceu, Lemmy se oferece como
substituto. Inclusive, ele vinha a meses vendendo o seu peixe para o pessoal da
banda, dizendo que era um grande baixista. Na verdade, antes daquela noite, ele
nunca havia tocado baixo na sua vida. Sua única experiência musical tinha sido
numa banda de nome THE ROCKING VICARS, como guitarrista. Depois daquela
primeira experiência, Lemmy ficaria como baixista do Hawkwind até 1975, quando
saiu, ou foi saído, a história é meia confusa, para formar o MOTORHEAD (
"CABEÇA MOTORIZADA"), que é o nome de uma das músicas do Hawkwind,
escrita por Lemmy .
Lemmy tinha 28 anos em 1975. Essa informação é interessante
só para exemplificar que nunca é tarde para se começar alguma coisa e também
nunca é hora de sair de cena porque, se fizermos as contas, o grande Kilmister
tem hoje 53 anos na mais plena atividade e com certeza não passa pela cabeça
dele acabar com o Motorhead tão cedo. A medida de alguma coisa meus camaradas é
sempre as batidas do seu coração: enquanto ele estiver funcionando o tempo é
apenas uma referencia cronológica. Mas, voltemos a história. Alem do Lemmy o
Motorhead tinha na sua primeira formação LARRY WALLIS na guitarra e LUCAS FOX
na bateria, portando, já nasceu power trio, situação que mudaria mais tarde,
como veremos em seguida. As primeiras gravações da banda seriam feitas na major
United Artists, para quem não sabe, empresa fundada pelo grande e único CHARLES
CHAPLIN que no ínicio era apenas produtora de filmes.
Essa gravações ficaram durante vários anos engavetadas pela
gravadora, apesar da insistência da banda em ver o material lançado, o que só
aconteceria em 1979, de forma oportunista pela UA, depois que a banda já havia
alcançado o estrelado, no álbum ON PAROLE (expressão em inglês que significa
"em condicional"). Nesse meio tempo Lucas Fox é substituído por PHIL
"ANIMAL"TAYLOR. A banda decide então contratar um quarto membro. Esse
quarto membro se materializa na figura do guitarrista EDDIE
"FAST"CLARK. Larry Wallis, que vinha se alternando como guitarrista
tanto do Motorhead como de uma outra banda, decide abandonar o grupo em favor
da segunda. A outra banda era a PINK FAIRES, uma vigororosa e infelizmente
desconhecida banda de Hard Rock dos anos 70, entre tantas outras do mesmo
calibre e também com o mesmo destino, ou seja, o anonimato. Mais tarde Larry
reconheceria a decisão como um grande erro.
Nessa época a imprensa não via a banda com bons olhos. Sem
conseguir gravar, Lemmy e "comparsas", tocavam em todos os festivais
que apareciam pela frente. STIFF RECORDS, uma pequena gravadora, sinalizou a
possibilidade da banda gravar um single , mudando de idéia logo em seguida,
mesmo depois do material gravado que saiu apenas em compilações. Mas a história
do Motorhead estava próxima de ser mudada . Uma amigo de Lemmy de nome Ted
Carrol dono da CHISWICK RECORDS ofereceu dois dias de estúdio para a banda,
tempo suficiente para a gravação de um single (compacto, muito comum na época).
Acontece que, devido aos incessantes ensaios e também às muitas apresentações
do grupo, as músicas estavam praticamente nas pontas dos dedos. Esses dois dias
acabaram sendo suficientes para a gravação de sete faixas e mais o compacto.
Devido a grande desenvoltura exibida pelo grupo que impressionou muito a Ted
Carrol, ganharam mais um tempo de estúdio, onde finalmente conseguiram
finalizar o tão batalhado álbum. Nome do álbum: "MOTORHEAD".
A imprensa , tão ávida em massacrar a banda, se rendeu às
qualidade do álbum e a uma bem sucedida tour, enquanto os MOTORHEDBANGERS, ou
seja, os fãs da grupo, aumentavam em progressão geométrica. Assinariam logo em
seguida com a BRONZE RECORDS ( mesma gravadora do fudíssimo URIAH HEEP) onde
gravariam um single com a música "Louie, Louie" que havia feito um
estrondoso sucesso em 64 com o grupo Inglês KINGSMEN ( essa música seria
regravada dezenas de vezes no futuro).
Em decorrência do sucesso alcançado com o compacto,
gravariam sem muita perda de tempo o demolidor "OVERKILL" em 79, com
porradas tais como "Overkill" e "Metropolis". O próximo
álbum. "BOMBER" colocaria o Motorhead entre os grandes em venda e acrescentaria
mais clássicos na carreira do Motorhead, o que seria um lugar comum na carreira
da poderosa "Cabeça Motorizada". Sem dúvida, a mais fudida desse
disco é "Stone Dead Forever" .
No disco "Bomber" Lemmy colocaria muito daquilo
que ele mais aprecia, que é assuntos referentes a guerras, principalmente a 2°
Guerra Mundial. Lemmy é fanático por história e, não é raro encontra-lo lendo
algum livro ou assistindo vídeos sobre assuntos diversos. Para ele, a figura
que mais interferiu na história do mundo nos últimos tempos foi Adolf Hitler, ele
mesmo, uma das maiores bestas de todos os tempos. É bom explicar que isso não
tem nada a ver com admiração mas, simplesmente uma conclusão óbvia a respeito
de um indivíduo que comprou uma treta braba em escala mundial, matando milhões,
responsável também por gigantescas mudanças geográficas sendo a maior delas, a
divisão da Alemanha em dois pedaços e contribuindo para que os Estados Unidos
da América se transformasse na nova Roma que é hoje, visto que o início da sua
hegemonia data do final dessa guerra.
O logo do Motorhead, uma espécie de caveira com corrente e
tudo o mais, tem uma certa semelhança com aquelas medalhas distribuídas por
atos de bravura na guerra e foi desenhada por Lemmy. Voltando ao
"Bomber" ("Bombardeio"), o avião da capa do disco é um W.W.
II Heinkel 111, muito utilizado... na 2° Guerra, é claro! Uma curiosidade nesse
trabalho é a faixa 8, "Step Down", onde quem canta não é o Lemmy mas,
Eddie Clarke. O próximo disco da banda "ACE OF SPADES" é considerado
por uma massa muito grande de fãs, como o melhor disco do Motorhead. Gravado
entre Agosto e Setembro de 1980, o novo trabalho traz na capa, Lemmy, Phil
Taylor e Eddie Clark, paramentados como que saídos de algum filme de Sergio
Leone, praticamente o criador daquilo que foi chamado no Brasil de "Bang
Bang a Italiana", perdido em algum deserto do velho oeste ( a foto foi
feita em uma pedreira na própria Inglaterra!), uma foto que já faz parte da
história do rock.
A clássica das clássicas que da nome ao disco ,"Ace Of
Spades" ( "If you like to gamble/ I tell you i'm your man/ You win
some/ Lose some/ It's all the same to me/ The pleasure is to play/ Makes no
difference what you say"- "Se você gosta de jogar/então eu sou quem
você procura/ Você ganha algumas vezes/ Perde outras/ É tudo igual pra mim/ O
prazer esta em jogar/ Na faz nenhuma diferença o que você diz"), resume
muito bem a banda. Muito embora uma primeira leitura menos avisada nos remeta a
um jogo de cartas qualquer, na verdade "Ace of Spades" ("As de
Espadas") tem mais a ver com a própria história e a postura do Motorhead.
Afinal de contas, a vida é ou não é uma merda de um jogo, onde às vezes
blefamos e precisamos escolher muito bem as cartas pra não se ferrar de verde e
amarelo? O disco também dá continuidade a outra fissura de Lemmy que é a
fascinação pelas histórias que rolavam no oeste americano da época das
diligências, como é demostrado pela capa do "Ace of Spades" e também
nas letras, tema que já havia sido explorado de certa forma no
"Bomber". Finalmente, "Ace os Spades" foi com certeza o
disco que colocou o Motorhead no patamar das grandes bandas de todos os tempos.
TERREMOTO
Um terremoto estava a caminho e ele atingiria a banda
durante a tour do álbum "Iron Fist" de 1982. Porem, antes que isso
acontecesse, a banda lançou em 81 o disco ao vivo "No Sleep 'Til
Hammersmith", com 11 faixas, entre elas "Ace os Spades",
"Metropolis", "Overkill", "Bomber" e
"Motorhead". Mas, vamos ao terremoto. Produzido pela própria banda,
"Iron Fist" contém todo o poderio do grande "Motor", seja
nas letras, nas melodias ou na fúria instrumental do grande trio. Como não
poderia ser de outra forma, o novo álbum agregaria no mínimo mais seis
clássicos a um universo já bem grande de musicas poderosas.
O disco abre na melhor tradição baixo devastador de Lemmy na
música "Iron Fist" ( "Punho de Ferro"), que lembra muito os
acorde iniciais de "Ace of Spades". Não respire, "Heart Of
Stone" é a próxima. Fast Eddie detona sobre nós uma riferama inigualável,
solos na velha escola pentatonica (escala de blues), com direito a Cry Baby (
Wha, Wha), efeito imortalizado por Jimmi Hendrix. "I'm The Doctor" é
puro "drugs" onde o doutor Lemmy prescreve como sair da depressão.
Tem também, "Go To Hell", "Loser", "Sex Outrage",
etc. é um disco inspirado, onde não existe nenhuma faixa tapa buracos. É para
se ouvido inteiro, com uma bela garrafa de vodka, muitas cervejas e uma mina
que aprecie a banda e outros detalhes que você com certeza sabe.
A tour do "Iron Fist" foi uma das mais caras da
história do Motorhead. No fundo do palco, uma mão gigante que se abria e vários
adereços pendurados no teto. O problema sísmico começou ai. Alem de ter custado
muitos Dollars, era muito trabalhoso carregar todo o palco para os diversos
lugares onde a banda se apresentou. As coisas ficaram mais pretas ainda durante
a tour de lançamento nos Estados Unidos (O Motorhead, claro que você já sabe, é
uma banda Inglesa). Depois de meses de estrada, Lemmy resolve parar tudo para
gravar uma música ( "Stand By Your Man") com a vocalista da banda
"PLASMATICS" Wendy Orleans Williams (que morreu a poucos anos), o que
desagradou e muito o guitarrista Fast Eddie, que abandona a banda. Para o seu
lugar é arregimentado o ex-THIN LIZZY ( Outra grande banda, referencia para
muitos grupos) Brian Robertson, para ajudar na finalização da estadia
americana. Era o fim do famoso power trio.
O que deveria ter sido temporário, durou muito mais do que o
esperado. Depois de uma temporada no Japão, a banda resolve voltar aos
estúdios, ainda com Brian na formação, para gravar um novo álbum de nome
"Another Perfect Day"("Mais Um Dia Perfeito"). Estamos em
1983. Muito embora Brian Robertson fosse um grande guitarrista, ele não
conseguiu um bom relacionamento com o público, mesmo porque ele se negava a
tocar os velhos sucessos do Motorhead. Um outro agravante era o fato do disco
novo não funcionar bem ao vivo.
Então, de forma amigável, Brian deixa a banda. Depois dessa
experiência, Lemmy decide não mais contratar figuras reconhecidas no circo do
rock , decidindo por desconhecidos. Depois da audição de dezenas de demo tapes,
decide não por um mas, por dois guitarristas: Phil Campbel e Wurzel. Mas, o
terremoto ainda não havia acabado. Logo após uma apresentação na BBC de Londres
com a nova formação, Phil Animal Taylor abandona a banda. No seu lugar entraria
o ex-SAXON Peter Gill (contrariando a premissa de não mais colocar gente famosa
no grupo). Nesse meio tempo a Bronze Records resolve lançar no mercado um
compilação dos discos da banda. Depois de muita insistência, para provar que a
banda não estava morta, Lemmy consegue inserir nesse trabalho, quatro faixas
com a nova formação. "No Remorse", um álbum duplo, foi lançado em
1984 e rendeu um Disco de Platina.
Novamente em estúdios, após o sucesso de "No
Remorse", o quarteto gravaria "Orgasmatron", depois do qual,
Peter Gill abandonaria a banda. Quem tem o vinil desse disco sabe que um dos
seus lados é muito bom e o outro, quase muito bom. Esse lado muito bom , no meu
entender, é aquele contendo "Build for Speed", "Ridin' With The
Driver", "Doctor Rock" e "Orgasmatron". "Build
For Speed" e "Doctor Rock" são como juramentos de fé ao velho
Rock&Roll e "Ridin" With The Driver" as implicações que esse
amor impõe, ou seja, quando você monta em uma "locomotiva", você está
longe se um cara comum com as possibilidades dos caras comuns, tais como
cachorro, família, residência fixa, etc. "Orgasmatron" é aquele riff
pesado e arrastado, regurgitado de alguma entranha cheia de raiva. São três
estrofes sobre três pragas básicas criadas pelas mãos dos homens: Religiões,
políticos e guerras. "Eu sou chamada religião, sádica sagrada
prostituta", provoca Lemmy, depois de desfilar um glossário de calamidades
provocadas pelas religiões desde de ontem e sempre. "Eu falsifico a
verdade, eu governo o mundo, eu sou a própria fraude", é só o início da
estrofe "dedicada" aos políticos. A última fala de "Mars"
(Marte), mitológico Deus da guerra , sem no entanto perder o fio da realidade.
"Orgasmatron" é também a música que deu uma boa alavancada na
carreira do maior grupo Brasileiro em termos de reconhecimento mundial, o
"SEPULTURA".
Voltando a saída de Peter da banda, advinha quem ocuparia a
sua vaga? Se você disse Phil Animal Taylor, acertou na mosca. Com a volta de
Phil o Motorhead gravaria "Rock'n'Roll". Uma das músicas desse disco
, a fantástica "Eat The Rich" ("Coma os Ricos"), rendeu um
filme com o mesmo nome, onde o herói era um travesti , Lemmy aparece como ator
e trilha sonora tem músicas do grupo.
O Motorhead sempre teve uma grande aceitação tanto por parte
dos tradicionais Headbangers, como também pelos Punks. Em vários vídeos da
banda é possível verificar essa verdade. Constatei isso pessoalmente quando o
VARUKERS, uma das maiores bandas de Hardcore da Inglaterra, esteve no Brasil,
numa conversar com BIFF, o guitarrista do grupo, que confessou adorar o
Motorhead alem de usar camisetas com o logo da banda. Joey Ramone, SEMPRE usou
camisetas do Motorhead. É, portanto, uma das raras bandas que consegue esse
tipo de unanimidade. Lemmy com certeza sabe disso. Tanto que no disco
"1916", lançado em 91, uma das músicas leva o nome de
"Ramones". A faixa cinco do álbum, "Going to Bazil"
("Indo Para o Brasil"), é uma espécie de homenagem da banda para com
o país onde o "Motor" tem uma gigantesca legião de fãs.
O CD de capa totalmente Preta e logo Branco "March or
Die" ("Marche ou Morra"), tem várias participações especiais,
uma cover de Ted Nugent e um novo baterista , Mikkey Dee ( ô raça difícil
gente! Brincadeira...), ex-MERCYFULL FAITH (epa! Outro famoso!). Nessa época a
banda já estava morando nos Estados Unidos da América. Esse álbum tem coisas
"estranhas" como um balada "I Ain't No Nice Guy" ( "Eu
não sou nenhum cara agradável"), que começa com Lemmy no violão, rola um
pianinho e tem Ozzy Osbourne num dueto com o Sr. Kilmister e também Slash (
ex-Guns and Roses") na guitarra solo. Tem também a música
"Hellraiser", composta a três mãos, por Ozzy, Lemmy e o fantástico
guitarrista Zakk Wylde, que durante um tempo fez parte da banda de Ozzy
Osbourne. Na faixa 9 "Too Good To Be True" ("Muito bom para ser
verdade"), um Lemmy romântico com um instrumental que lembra muito o
NWOBHM. ("Nova Onda do Metal Britânico") . "You Better Run"
("É melhor você correr"), é um blusão também com a participação de
Slash. A faixa que dá titulo ao disco "March Or Die" segue o estilo
arrastado e letra quilométrica da música "Orgasmatron" com a voz de
Lemmy soando como a própria besta anunciando o Armagedom. Uma grande faixa para
fechar um grande disco.
ANOS 90
Os anos noventa ainda teriam mais quatro álbuns de estúdio
do incansável Motorhead, vários ao vivo e muitos piratas. Os de estúdio são:
SACRIFICE, OVERNIGHT SENSATION, SNAKE BITE LOVE, e o último WE ARE MOTORHEAD.
Procurei o "Sacrifice" e o "Snake Bite Love" na Galeria do
Rock ( Rua 24 de Maio, 62- Região central de São Paulo) e não achei em lugar nenhum,
portando vou ficar devendo algum comentário a respeito. Alias, aqueles que eu
não comentei é porque eu não os tenho e devo confessar que comprei pelo menos
quatro nessas últimas semanas de 2000 para poder fazer um trabalho com o mínimo
de informação que vocês merecem. Um desses foi o "Overnight
Sensation" de 96 , que conta apenas com o Wurzel na guitarra.
A primeira faixa "Civil War" é uma porrada que
lembra muito JUDAS PRIEST com a guitarra de Wurzel Pesando toneladas! "Eat
the Gun", a faixa quatro é quase Hardcore, 2:13 minutos verdadeiramente
massacrantes. Vou cometer a heresia de dizer que esse é o disco do Motorhead
menos Motorhead que eu já ouvi. Em algumas faixas, da mesma forma que eu disse
que a primeira parece Judas , se você é fã do SAXON, vai até poder dizer
"Pôrra, essa parece com o Saxon" e não vai estar errado, como é o
caso da faixa 7 "Broken". Sabe aquela história de que o Motorhead é
Metal, desmentida pela boca do próprio Lemmy? Nesse CD, esquece. Tá Metal pra
caralho! Você já ouviu alguma música do Motorhead com pedal duplo na bateria?
Nãaao!! Nem eu! Melhor, não tinha ouvido porque, Mikkey Dee, aquele do
"March Or Die" usa e abusa do mesmo na faixa 10, "Shake the
World". Por último, a faixa 11, "Listen To Your Heart" trás
Lemmy novamente ao violão. Então, não demore tanto quanto eu para comprar esse
trabalho de 96. Buy now! (Quanto ao último, "We Are Motorhead", já
que a minha grana acabou, vocês vão ter que correr o risco my friends! De
garantia o fato de o velho Kilmister nunca ter "faiado".)
MOTORHEAD NO BRASIL
O Motorhead já esteve quatro vezes no Brasil. Na primeira,
em 1989, tocou no Ibirapuera e no falido Projeto SP. No Ibirapuera a banda de
abertura foi o VIPE. Lá pelas tantas do show deu um pane na aparelhagem e Lemmy
teve que declamar as ultimas frases de "Orgasmatron". Na verdade , os
dois shows eram pra ter acontecidos no Ibirapuera mas, devido ao problema
citado acima, justamente no segundo dia de show, o mesmo foi transferido para o
Projeto SP, valendo o mesmo convite. A segunda foi no Olímpia em 92, onde
infelizmente não pude ir. Em 96 foi a vez da banda se apresentar no Monsters Of
Rock, ocasião em que estive presente. A ultima foi agora em 2000 no Credicard
Hall ( que merda! Não fui também!)., onde a banda tocou um clássico do
"Sex Pistols", "Good Save the Queen" ( Lembra?
Motorhead/Punk Punk/Motorhead...), faixa também do último CD do grupo "We
are Motorhead", citado acima. Um amigo meu de São Caetano do Sul, ABC
Paulista, que assistiu à apresentação da banda, disse que a aparelhagem estava
horrível e que por esse motivo não foi um grande show. Imaginem vocês se
tivesse sido a apresentação de uma banda iniciante. Com certeza sairia do
Credicard Hall queimadíssima! Até quando vamos ter que aguentar amadores num
quesito importantíssimo que é o de equipamentos para shows, entre outras
pisadas na bola?
FUTURO
FUTURO Fica difícil falar do futuro quando nem ao menos
podemos prever no almoço o que comeremos na janta. Entretanto, existem certos
fatos que nos permitem algumas especulações. Lemmy tem tatuado no braço a frase
"Born to lose, live to win" ("Nascer para perder, viver para
ganhar") e a história do Motorhead tem provado ser verdadeira essa
premissa, pelo menos a parte que fala de ganhar. Quando o famoso power trio se
dissolveu logo depois do disco "Iron Fist", até os mais otimistas
pensaram que seria o fim. Muitos anos depois, não sem mais problemas
enfrentados no caminho, a história continua. A banda não debandou para o
popismo fácil como é o caso do Metallica. Nem mesmo as drogas assumidas por
Lemmy, que é o elemento mais devastador e de maior peso para o fim de várias
bandas, conseguiu detonar o monstro. Nem as cinco décadas e picos de idade da
alma do Motorhead conseguiu interferir na vida do mito. Eis os fatos. Portanto
não é absurdo antever ainda muitos e muitos anos de vida para o Motorhead,
inclusive tocando ao vivo aqui para nós. Acredito que é esse o desejo dos
verdadeiros fãs dessa que é uma das bandas mais amadas no cenário da música
pesada.
Fonte: http://www.portaldorock.com.br/
Fonte: http://www.portaldorock.com.br/
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