Foi em Belo Horizonte, no ano de 1983
que a história do Sepultura começou. Mais precisamente quando os irmãos Cavalera
Max e Igor decidiram chamar seus amigos de colégio Paulo Junior e Jairo para
montar uma banda.
Um ano depois, num festival de bandas em
Belo Horizonte, a Cogumelo Records contrata a banda, após o dono da gravadora
ter assistido o show do Sepultura, e o grupo decide fazer um disco. O nome é
Bestial Devastation, que foi gravado em apenas dois dias (dividido com a banda
Overdose), mas só seria lançado em 1985. A banda, então, faz uma tour brasileira
pra promover o novo petardo.
Já em 1986, é gravado o Morbid Visions,
ainda pela Cogumelo Records e a banda sai em turnê novamente. Pouco depois, a
gravadora relançaria o Bestial Devastation e o Morbid Visions em um só LP/CD.
Ainda no mesmo ano, o guitarrista Jairo sai da banda, e Andreas Kisser, que já
havia feito algumas jams com o grupo, junta-se a ele. Ainda em 86, o Sepultura
processou o selo Shark por ter lançado albuns do Sepultura fora do
Brasil.
No ano seguinte, depois de escrito o
álbum, sai o Schizophrenia, que foi o primeiro com Andreas na guitarra, e o
último com a produção da gravadora Cogumelo. Foi com esse disco que a banda
disparou, e vendeu cerca de 10.000 cópias nas primeiras semanas. A gravadora New
Renaissance lançou o disco nos Estados Unidos.
Em 89, o Sepultura assinou com a
Roadrunner Records, conseguindo um contrato de (pasmem!) sete anos. Como era o
que a banda precisava (grande contrato numa grande gravadora), lançaram o novo
disco pelo novo selo, sendo o terceiro petardo do grupo: Beneath the Remains.
Este foi gravado em nove dias e produzido por Scott Burns. O disco
foi um dos melhores lançamentos do ano sendo comparado até a Reign in Blood, do Slayer. E, pela primeira vez, o Sepultura sai em tour fora do Brasil, tocando junto com o Sodom na Áustria.
foi um dos melhores lançamentos do ano sendo comparado até a Reign in Blood, do Slayer. E, pela primeira vez, o Sepultura sai em tour fora do Brasil, tocando junto com o Sodom na Áustria.
Em 90, a banda toca em vários shows,
incluindo o Dynamo Open Air Festival, com cerca de 26.000 pagantes, e conhecem
Gloria Bujnowski, empresária do Sacred Reich. O grupo decide tê-la também como
empresária. Depois das apresentações, o Sepultura entra em estúdio para regravar
Troops of Doom, que a RoadRunner usaria para relançar o Schizophrenia remixado.
Ainda no mesmo ano, a Cogumelo relança Bestial Devastation com uma nova versão
de Troops of Doom. É a batalha entre as gravadoras.
Em 1991, o Sepultura toca no Rock in Rio
II, para 50.000 pessoas. Dois meses depois, a atual gravadora da banda lança
Arise, que vende cerca de 160.000 cópias nas 8 primeiras semanas, sendo
considerado pela grande maioria dos fãs de longa data, o melhor disco do
grupo.
No mesmo ano, são lançados alguns
singles, como Arise, Under Siege (Regnum Irae), Dead Embryonic Cells e Altered
State.
Em 92 Third World Posse é lançado. O cd
tem 3 músicas ao vivo tiradas do vídeo Under Siege (ao vivo em Barcelona), além
de Drug Me (de Jello Biafra) e Dead Embryonic Cells, do disco Arise. Ainda em
92, acontece o casamento de Max com a atual empresária Glória.
Em 93, o Sepultura lança o disco Chaos
AD, que já possuía influências tribais e já não tinha toda a violência de Arise,
e menos ainda dos primeiros álbuns da banda. Ainda assim, percebia-se que a
banda ainda se preocupava com a situação geopolítica mundial, pois pérolas como
Refuse/Resist e Territory estão incrustadas neste álbum, além de Manifest, que
denunciava o massacre da penintenciária do Carandirú, famosa chacina de
presidiários.
Chaos AD também inclui um cover do New
Model Army, The Hunt. Biotech is Godzilla foi escrita por Jello Biafra, além de
uma faixa especial, onde os integrantes se acabam de rir e gritar, e mais uma
versão de Polícia, dos Titãs, disponível apenas na versão brasileira do CD. O
single Territory também é lançado nesse mesmo ano. Ainda em 93 nasce o primeiro
filho de Glória e Max: Zyon.
Em 1994, o EP Refuse/Resist é lançado. O
álbum é uma espécie de coletânea com músicas ao vivo, de estúdio, Drug Me (de
Jello Biafra) e ainda uma música de nome Inhuman Nature, da banda Final
Conflict. O single Slave New World é lançado.
No mesmo ano, a banda é registrada como
sendo o primeiro grupo terceiro mundista a tocar no Donington Monsters of Rock,
na frente de 50.000 pessoas, quantidade equalitária ao Rock In Rio II, onde o
Sepultura também foi atração (pra quem diz que o Brazil não tem público como na
Europa).
Em 94, Andreas se casa com Patrícia, e a
banda começa a compor material para novo álbum e single. No ano seguinte, o
segundo vídeo do Sepultura, o Third World Chaos é lançado, contendo alguns clips
da banda, trechos de entrevistas com a MTV brazileira, americana, européia, até
japonesa. O vídeo contém até um trecho de entrevista em que o entrevistador é
Bruce Dickinson (quando ele tinha de seu programa de entrevistas na rede inglesa
de televisão). Ainda em 95, nasce Giulia Cavalera, a primeira filha de Patrícia
e Andreas; Igor se casa com Monika, e Igor Amadeus, segundo filho de Glória e
Max, nasce.
Em 1996, o single Roots Bloody Roots é
lançado, contendo 4 faixas: Roots Bloody Roots, Procreation of the Wicked (um
cover da banda black metal oitentista Celtic Frost), Refuse/Resist e Territory
(ambas gravadas ao vivo em Minneapolis, EUA). Como de praxe, outros singles
foram lançados: Ratamahatta e Attitude. Mais tarde, no mesmo ano, sai Roots, um
dos álbuns mais aguardados do ano.
O disco mostrou um lado mais
experimental da banda, com uma música com participação de Carlinhos Brown
(Ratamahatta), e presença ao longo do disco de percussão, berimbau e várias
batidas tribais. O disco contém ainda duas músicas gravadas conjuntamente com os
índios Xavantes, no Mato Grosso (Jasco e Itsari). A versão brasileira tem também
Procreation of the Wicked e Symptom of the Universe do Black Sabbath, além de
Lookaway, escrita por Jonathan Davis da banda Korn.
Em meados de 96, a banda fica sabendo do
assassinato de Dana Wells, filho de Gloria Cavalera. Max e Gloria vão para os
EUA e o Sepultura toca em trio no Donnington 96, com Andreas nos vocais. O grupo
termina a tour tocando no Ozzfest, após cancelar 3 semanas de shows dos Estados
Unidos. Mais tarde, a Roadrunner lança a coletânea The Roots of
Sepultura.
Finalmente, em dezembro de 1996, chega a
bomba: Max Cavalera deixaria a banda. Aconteceu quando os outros três
integrantes, em reunião, decidem demitir Gloria Cavalera do posto de empresária
da banda, alegando que esta dava apenas espaço para seu marido, Max, ao
contrário de antigamente, quando o Sepultura aparecia, todos os 4 integrantes
estavam na foto, e não apenas Max Cavalera. Com a esposa fora da banda, Max se
sente traído e resolve separar seu caminho do caminho do resto da banda. A
discussão é imensa.
"Durante este um ano e meio, pensamos em
tudo", diz Andreas. "De fato, pensamos em dizer se foda a todo mundo, se foda a
música, se fodam as bandas, a porra toda. Mas não tomamos nenhuma decisão
durante o período mais turbulento, porque essas decisões geralmente se mostram
erradas, mais tarde. Fizemos as coisas calmamente, e levamos o tempo necessário
para pensar a respeito da situação toda". Ainda nesse ano, nasce a primeira
filha de Igor e Monika, Joanna.
Em 1997, sai outra coletânea:
Blood-Rooted. A Roadrunner lança também uma coleção de músicas do Sepultura, com
versões alternativas e demos: o B-Sides, além de relançar todos os discos do
Sepultura até Arise, com os nomes de Gold CD re-issue, remasterizados e com
faixas bônus. Sai ainda o vídeo We Who Are Not as Others.
Então, em 98, o Sepultura volta com um
novo single, Against, mostrando todo o poder do novo vocalista Derrick Leon
Green, apelidado carinhasamente de Predador. O single, produzido por Howard
Benson e mixado por Bill Kennedy, levou o Sepultura ao terreno onde eles
provavelmente estarão daqui por diante.
"Não sabíamos nem se devíamos usar o
nome Sepultura, diz Igor Cavalera a respeito da evolução da banda. Decidimos que
escreveríamos algumas músicas primeiro, e se não soasse como Sepultura, então
pararíamos de usar o nome na mesma hora. Mas logo que tínhamos as músicas, vimos
que tínhamos razão para manter o nome. E quanto mais tocamos, mais confortáveis
nos sentimos. O único apoio que tivemos
durante todo o tempo foi tocar música. Várias pessoas pensavam que o Sepultura era apenas Max, e que nós éramos apenas músicos por detrás dele", diz Andreas. "Mas o Sepultura sempre foi todo mundo junto, e com a contribuição de todos para as idéias. Temos a mesma atitude, a mesma música, a mesma mensagem. A única coisa diferente é que Derrick está aqui, agora."
durante todo o tempo foi tocar música. Várias pessoas pensavam que o Sepultura era apenas Max, e que nós éramos apenas músicos por detrás dele", diz Andreas. "Mas o Sepultura sempre foi todo mundo junto, e com a contribuição de todos para as idéias. Temos a mesma atitude, a mesma música, a mesma mensagem. A única coisa diferente é que Derrick está aqui, agora."
Nascido em Cleveland, Derrick Green
canta desde os 16 anos, quando entrou na banda hardcore Outface. Ele e o
guitarrista se mudaram para Nova Iorque após seis anos juntos para formar a
Overfiend. Quando o Sepultura anunciou que estavam procurando por um novo vocal,
um dos produtores da Roadrunner enviou-lhes uma demo do Overfiend e pediu para
darem uma olhada.
"Nós enviamos pra ele uma fita de Choke
e pedimos para colocar vocal nela, relembra Andreas. Nós gostamos pra caralho,
então o convidamos para vir ao brazil, porque ficaríamos aqui até o fim do ano
passado. Então nos juntamos, e na mesma hora, sacamos que ele era
o cara. Não apenas por causa das habilidades do Derrick, mas porque ele é como nós. Ele realmente acredita nas mesmas coisas, tem o clima certo, além do quê ele adora futebol."
o cara. Não apenas por causa das habilidades do Derrick, mas porque ele é como nós. Ele realmente acredita nas mesmas coisas, tem o clima certo, além do quê ele adora futebol."
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